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A Ditadura do Propósito


Qual é o seu propósito? O que você veio fazer na Terra?

O que dá sentido para sua vida?

O que vai fazer todas as suas horas trabalhadas plenas e felizes?

Você já sabe o seu propósito? Como não?

Tá todo mundo largando tudo para ser feliz na Indonésia e você aí sem saber do seu?

 

Eu estudo como as pessoas se relacionam com seus trabalhos e carreiras há 5 anos e hoje vejo uma proliferação de ideias enlatadas e pessoas, desesperadamente, procurando o seu propósito.

Dê uma olhada na sua timeline do facebook, converse com amigos, veja os cursos que estão sendo ofertados. Aposto que vai encontrar vários casos de pessoas que já estão vivendo seu propósito. E os coitados mortais que ainda não acharam, estão vagando por aí, com lupa na mão.

"Propósito" tornou-se a palavra da vez, com P maiúsculo, o santo graal, sagrada, desejada.

Do jeito que está sendo discutido, parece que :

1. ele é a resposta para todos os seus anseios, preocupações, dores-de-barriga e brigas-com-o-chefe,

2. Não dá para fazer nada, dar nenhum passinho sequer, sem encontrar o danado.

Sinceramente, eu acho muito importante que as pessoas estejam se questionando e buscando um significado para seu trabalho, mas eu tenho minhas restrições à respeito desta Ditadura do Propósito.

 

Arie Kruglanski criou um conceito bem interessante chamado Need for Cognitive Closure (na minha tradução, Necessidade de pôr um ponto final) que nos ajuda a entender que raios está acontecendo.

Em linhas gerais, ele diz que as pessoas não gostam de lidar com ambiguidades e, quando há um dilema, querem ter uma posição firme à respeito.

Isso vem da necessidade de predizer (nem que seja um pouquinho) o futuro e ter uma base para tomar ação.

E, para deixar as coisas mais interessantes, as pessoas ainda buscam fazer isso rápido e de forma definitiva.

Precisam, então, simplificar, generalizar e fechar conclusões para conseguirem tomar decisão e não pensarem mais nisso.

O que faz sentido para algumas coisas, né? Se nunca parássemos de fazer lista de prós-e-contras, entender todas as variáveis-e-poréns, nunca sairíamos do lugar.

Faz sentido colocar um "ponto-final" quando estamos decidindo comprar uma bicicleta.

Não faz tanto sentido chegar em uma "conclusão definitiva" quando falamos de Propósito.

 

Isso porque não existe um pote de ouro com uma etiqueta escrito propósito, escondido por aí, esperando ser encontrado.

Isso porque cada um de nós, como seres humanos complexos e dinâmicos que somos, temos vários propósitos.

Que nada mais são do que significados ou "porquês" fazemos o que fazemos.

E são vários, que podem mudar (ou não) ao longo do tempo ou fase de vida.

Por exemplo, quando se casa, nasce um filho, começa um projeto paralelo, um trabalho voluntário que você se identifica muito, etc.

E o mais interessante desta história toda de propósitos, é que eles não são descobertos, mas construídos.

 

A partir dos meus estudos, construí uma metodologia para apoiar pessoas a construírem seus propósitos:

  • Olhar para dentro

  • Experimentar

  • Aumentar repertório:

Uma etapa alimenta a outra o tempo todo.

 

É lindo demais ver que as pessoas estão querendo mais do seu trabalho (e da sua vida).

Mas lembre-se, da mesma forma que você tem diferentes valores, você também pode ter diferentes propósitos.

E, o mais legal, é usá-los e usá-los bem!

Não para se aprisionar, mas

para construir sua trajetória autêntica, dinâmica e única: sua Carreira Líquida.

 

Estefânia Barsante tem a missão de viralizar a Felicidade no Trabalho ❤

É Psicóloga formada pela UFMG e Coach de Carreira, com MBA em Administração e Empreendedorismo pela FGV. É criadora do conceito Carreira Líquida e pioneira em aliar práticas de Design Thinking ao Desenvolvimento de Talentos. É sócia-fundadora do Work Up Lab.

Quer saber mais? www.estefaniabarsante.com | www.workuplab.com

Ou mande um ALÔ no email ola@estefaniabarsante.com - terei o maior prazer em te responder :)

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