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Planejamento de carreira é como uma miragem

Atualizado: 26 de mai. de 2023



Imagina a seguinte cena: você tá sentada esperando ser chamada pelo entrevistador. Essa é uma das vagas que você sempre sonhou em conseguir. De todos os lugares onde você deseja trabalhar, essa empresa está na sua lista das top 10.


O entrevistador te chama numa portinha à sua esquerda e você entra na sala super empolgada e muito nervosa. Depois de dez minutos de papo, ele te pergunta: onde você se vê daqui a 10 anos?


Pronto. Você tenta imaginar a situação, responde a primeira coisa que veio na sua cabeça ou solta aquela sua resposta pronta que já tinha ensaiado para as entrevistas. Mas a verdade, é que no fundo, você não tem certeza sobre onde você vai estar daqui há tanto tempo.


E você não tá sozinha. Essa é uma situação bastante comum entre as minhas clientes. Elas falam: “Eu não sei onde quero estar no futuro”. “Estou sem saber se peço demissão, compro uma bicicleta, abro um café ou viro diretora”.


Eu sempre sorrio com carinho. Porque dá aflição mesmo não saber. Mas a verdade é essa: você nunca saberá, de verdade, onde estará. Mesmo que você tente controlar o futuro, isso é algo que vai escorrer pelas suas mãos.


Quer ver? Faça um exercício. Pense em como você estava há 10 anos atrás. A pessoa que você era, as prioridades que tinha. Agora faça esta mesma reflexão em relação ao mundo. Como ele era 10 anos atrás? Totalmente diferente né?


Aposto que por mais que você tivesse seus sonhos e desejos, lá no passado, não conseguia prever como você e o mundo estariam hoje. Então por que você acha que vai conseguir fazer isso agora?


Eu, por exemplo, 10 anos atrás, estava no meu primeiro ano de trainee do Itaú, que era também meu primeiro ano morando em São Paulo. Eu tinha certeza que faria minha carreira lá, indo trabalhar todo dia de salto alto e saia lápis, naqueles prédios gigantescos.


Seria diretora de RH e ia passar meus dias correndo de reunião para reunião, e tendo uma secretária gente boa com quem eu compartilharia algumas angústias e momentos especiais da minha carreira. Moraria em SP num bairro boêmio, solteira e viveria pela minha carreira. Segunda pilates, terça almoço com alguém do trabalho e sexta happy hour com amigas.


Jamais imaginaria que 10 anos depois eu não estaria mais no Itaú, já teria passado por startups, aberto minha empresa, casado, adotado 2 gatas e (um pequeno detalhe!) mudado para o Vale do Silício, nos Estados Unidos.


Neste momento você deve estar pensando, “ah que ótimo (com tom irônico), se não dá para prever o futuro, vou deixar a vida me levar".


Mas entre saber “exatamente onde você vai estar” e “deixar a vida me levar”, tem um ponto no meio, de equilíbrio. Ter uma clareza mínima de onde você quer chegar não é a mesma coisa que planejar tudo nos mínimos detalhes.



Pra explicar para as pessoas sobre esse ponto de equilíbrio eu sempre uso a analogia da miragem.


Imagine agora que você está andando no deserto e os seus objetivos de vida e carreira são como uma miragem lá na frente, uns pontinhos verdes e azuis ao leste. Você não sabe exatamente se o pontinho verde é uma bananeira ou um cacto. Mas ver aquela miragem, saber a direção te ajuda a saber que um passo pra direita te aproxima da sua miragem. E um pra esquerda te afasta.


Voltando ao meu exemplo, após 3 anos no Itaú, surgiu a oportunidade de ser head de RH na Mobly, uma startup em grande expansão.


Eu não tinha a menor ideia que eu ia empreender 3 anos depois, mas sabia que num futuro distante eu queria ser dona do meu próprio negócio. Então, o desafio e o aprendizado de trabalhar numa startup, com esse grau de responsabilidade, seria um passo que me aproximaria da minha miragem. Um passo para a direita.


Todas as minhas decisões foram tomadas desta forma, eu me perguntava: é um passo que vai me aproximar ou me afastar do meu objetivo?


E assim foi quando comecei o meu curso de coaching, quando fui para outra startup, quando comecei a atender como um projeto paralelo, quando pedi demissão do mundo corporativo e até quando vim para o berço da inovação do mundo.


Eu não sei onde estarei em 10 anos, você também não. Mas é possível ter uma clareza suficiente para você tomar decisões com segurança hoje. E ir se adaptando ao longo do caminho. Porque esse é o segredo. Você pode não saber responder para o entrevistador (ou para você mesma) onde vai estar daqui há tanto tempo. Mas pode ter a tranquilidade que não importa a velocidade, você sabe exatamente em qual direção quer ir!


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